Esta estória quem me contou foi e meu amigo, o irreverente Jorge Kanecão.
- Faz doze por cinco, não, moço? – perguntava uma dona-de-casa, apalpando as frutas.
- Dá pra fazer. Mas é só pra senhora. “Num” diga por aí não – arrematou o sabido vendedor.
Pois bem, foi neste cenário que, de repente, ouviu-se um grito:
- Como foi isso? – quis saber um senhor que passava no momento.
- “Num” sei não! Ele tava aqui agorinha mesmo e... sumiu! – respondeu a mulher.
- Procure mestre Ferreira que ele vai dizer a “donde” tá seu macaco.
- É mesmo! Né! Quem sabe ele descobre – disse a mulher resignada.
- Que aconteceu com “zi fia”? – perguntou o "caboclo incorporado", sentado numa cadeira de balanço (sic)
- Mestre, roubaram meu macaco lá na feira e eu quero saber a “donde” ele tá. – disse a jovem mulher, quase em prantos.
- Se preocupe não, “zi fia”, seu macaco vai aparecer. Vou fazer uns “trabaios” pra “mode” ele aparecer – disse o mestre, demonstrando uma segurança invejável.
- Mas antes, vou “percisar” de um dinheirinho pra “mode” comprar o “materiá” – disse o homem sem abrir os olhos, para não deixar transparecer a enganação.
- E quanto é, mestre? – indagou a mulher
- Uns cinqüenta “conto”, deve dá.
- Tudo isso, mestre?!!! – duvidou a cliente.
- Eu acho que vinte deve dá, pois ainda tenho um restinho do “materiá” aqui...
- É! Vinte dá. Mas tem de pagar agora – disse o velho enfático.
- Tá certo – disse a mulher entregando o dinheiro ao mestre.
- Pronto. São onze horas, disse o homem olhando o relógio no braço.
- Umas duas horas da tarde a senhora aparece aqui que eu já tenho a resposta – disse o velho levantando-se e quase empurrando a mulher, de casa a fora.
-Sei sim, “zi fia”! – respondeu o mestre ... – Mas não se preocupe, que o seu macaco tá muito bem cuidado, tá sendo bem alimentado, já foi vacinado e tá tudo bem com o seu animal...
- O quê?!!!! – espantou-se a mulher.
- Isso mesmo que a senhora ouviu – confirmou o mestre Ferreira.
- Não pode ser – contestou a mulher.
- Por que não? – quis saber o homem
-Porquê, mestre, o macaco que estou procurando é o do carro, seu cabra de peia – disse a mulher, brava com o tamanho da “enrolação”.
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